Edgar Davids, o Pitbull de óculos.

Nascido no Suriname em 13 de março de 1973, mas com nacionalidade holandesa Edgar Davids é um dos jogadores que marcaram história no fim do século 20 e no inicio do século 21. Volante moderno, com grande habilidade para recuperar a bola e arrancar com ela em velocidade, era considerado por muitos como um dos melhores de seu tempo na posição, tendo além da força física e da habilidade de marcação, ótimos dribles e boa finalização com a perna esquerda.

Além da habilidade reconhecida, carregava consigo um estilo único, pelo uso dos óculos, que era obrigado a usar devido a um glaucoma para que não corresse riscos quanto a sua visão na pratica do futebol. Além disso cultivava um longo cabelo rastafari, que caracterizava o jogador.

O volante começou sua carreira profissional em 1991, com 18 anos pelo Ajax da Holanda, tendo atuado em sua primeira passagem pelo clube em 152 jogos, marcando 31 gols, média alta para um volante, o que já destacava as habilidades ofensivas de Davids.

Atuando no time holandês acumulou um série de títulos sob o comando do técnico Louis Van Gaal, como a Taça da UEFA (hoje Liga Europa) em 1992, contra o time do Torino e ganhou o apelido de Pitbull pela seu físico implacável para a recuperação de bola e para a saída com ela.

Ganhou ainda o Tricampeonato Holandês em 1993/94, 1994/95 e 1995/96, e uma Copa da Holanda em 1993, tendo papel importante no forte time holandês, que tinha Van Der Sar, Frank de Boer, Ronald de Boer, Kluivert, Overmars e outros jogadores que junto com Davids foram a espinha dorsal de um forte time holandês que era considerado favorita na Europa em qualquer competição que participasse e reformulou a seleção de seu país após a aposentadoria de Van Basten, Rijkaard e Guulit, tendo feito sua estréia na seleção holandesa em 1994, não tendo porém participado da Copa do Mundo daquele ano por seu país.

O forte time do Ajax abalou a Europa, ao ressurgir como força no continente ao vencer a Champions League de 1994/95, eliminando o forte Bayern de Munique nas semifinais e o time do Milan na final, por 1 a 0, tendo naquele ano como destaque o meia finlandês Jari Litmanen que terminou a competição com seis gols marcados.

Ainda em 1995, o Ajax finalizou sua grande temporada, conquistando o Mundial Interclubes nos penaltis, após empate de 0 a 0 contra o forte time do Grêmio, comandado por Luis Felipe Scolari. Na temporada seguinte além do titulo holandês, o time do Ajax repetiu a grande campanha na Champions League, sendo porém derrotado na final pela equipe da Juventus, de Del Piero e Ravanelli nos penaltis, após empata de 0 a 0 no tempo normal.

Após o sucesso do Ajax, grandes times europeus passaram a prestar atenção no grande time do Ajax, e Edgar Davids se transferiu para o Milan em 1996, não repetindo no time de Milão o sucesso que havia tido na Holanda, fazendo apenas 29 jogos em um ano e meio no time rossonero e fazendo apenas 2 gols.

Em dezembro de 1997, foi contratado pela Juventus após não se firmar no Milan, por 5,3 milhões de Euros e na Vecchia Signora firmou-se como um grande jogador, tendo atuado por 5 temporadas, participando de 244 jogos e fazendo 13 gols pelo time italiano.

Considerado pelo tecnico Marcello Lippi como o homem que fazia o seu meio campo funcionar, ganhou projeção mundial e conquistou grandes títulos como a Série A de 1997/98, 2001/02 e 2002/03, em um time comandado por Marcello Lippi, junto a grandes jogadores como Del Piero e Zidane.

Teve ainda  destaque nas grandes campanhas da Juventus na Champions League de 1997/98 e de 2002/03, sendo porém vice campeão nas duas vezes, tendo sido derrotado por Real Madrid e Milan respectivamente. Porém em agosto de 2001 o jogador acabou suspenso dos gramados por oito meses devido ao uso de anabolizantes.

O sucesso de Davids na Itália, fez com que o jogador se tornasse peça chave na seleção holandesa e o jogador participou da Copa do Mundo de 1998, tendo papel fundamental na classificação do selecionado ao fazer um gol importante nos últimos minutos contra a Iuguslávia, permitindo que sua seleção chegasse até as semifinais da competição e tendo sido Davids eleito como um dos principais jogadores da competição.

Participou ainda da Eurocopa de 2000 e foi eleito para a seleção da competição, levando a sua seleção até as semifinais do torneio, onde foi eliminada pela forte seleção italiana nas cobranças de pênaltis, prolongando o jejum de títulos importantes da Holanda, apesar dos grandes times formados durante sua história.

Com um baixo rendimento no inicio da temporada de 2003/04 pela Juventus e com a ida de Rijkaard para o Barcelona, foi emprestado para o time da Catalunha, por 6 meses, onde retomou o bom desempenho e participou de 18 jogos, marcando 1 gol pelo time espanhol, fazendo com que a Inter de Milão se interessasse no futebol do volante holandes

Ainda em 2004 foi eleito pela Fifa, como parte da lista dos 100 maiores jogadores da história do futebol até então, tendo sido essa lista elaborada por Pelé, em homenagem aos cem anos da entidade.
   


Participou ainda da Eurocopa de 2004, onde fez um gol e ajudou sua equipe a   chegar até as semifinais, fase em que a seleção da Holanda foi eliminada por Portugal, por 2 a 1.

Na sua volta ao futebol italiano, defendendo a Inter de Milão voltou a ter baixo rendimento e acabou não sendo muito aproveitado no time italiano, tendo participado apenas de 19 jogos na temporada e conquistado a Copa da Italia de 2005


Dessa forma o volante que havia sido anunciado como capitão da seleção  holandesa, perdeu sua vaga na seleção devido as poucos atuações na equipe titular da Inter de Milão e decidiu por se transferir para o Tottenhan da Inglaterra.

Na equipe inglesa, atuou por duas temporadas e tornou-se um dos ídolos do time, ao participar de grande campanha que classificou o time para a Liga Europa, no time inglês participou de 44 jogos e marcou um gol,  porém voltou a mostrar um bom futebol, que o levou a participar novamente da seleção holandesa, nas qualificatórias europeias para a Copa do Mundo de 2006.

Em janeiro de 2007, Edgar Davids resolveu por voltar ao Ajax para encerrar sua grande carreira de jogador, em seu time de origem foi nomeado capitão e ganhou um Copa da Holanda em 2007, porém sofreu uma fratura na perna e decidiu por encerrar a carreira no time holandês após 33 jogos e 1 gol marcado em sua segunda passagem pelo clube, se retirando em agosto de 2008, dedicando-se assim a sua grande paixão o futebol de rua.

Criador de uma marca especifica para o esporte e fazendo exibições pelo mundo, Davids promoveu o esporte durante dois anos e se tornou um espécie de embaixador do futebol de rua. Porém em agosto de 2010 anunciou o fim da aposentadoria e jogou 7 jogos pelo Crystal Palace, da segunda divisão inglesa, experiência que o jogador disse ter sido como uma das mais encantadoras de sua carreira, retirando-se dos gramados em novembro de 2010 de forma definitiva.

Após encerrar a carreira Davids assumiu o cargo de supervisor do Ajax em 2011.

Pavel Nedved, o Diabo Loiro.

Nascido em 30 de agosto de 1972, o tcheco Pavel Nedved pode ser considerado o maior jogador da história de seu país. Simbolo de uma geração que sempre era vista como possível favorita a títulos ou grandes campanhas, mas acabava por decepcionar em grandes competições internacionais, Pavel Nedved, foi protagonista em grandes times como a Lázio de 1999 e a Juventus de 2002/03.

Meio Campista habilidoso, com boa visão de jogo e chutes potentes e precisos com ambas as pernas,  Pavel Nedved, começou sua carreira profissional no pequeno Dukia Praga, com apenas 21 anos de idade, onde fez 19 jogos e 3 gols e acabou por chamar a atenção do Sparta Praga, clube da capital da Republica Tcheca, que contratou o meia em 1992. Destaque do time Tcheco, conquistou três campeonatos nacionais ( 1992/93, 1993/94. 1994/95), além de uma Copa Nacional em 1996.

Em 1994,  Pavel Nedved fez sua estreia pela seleção da Republica Tcheca, que recém formada, iniciava ali a montagem do time que com Smicer, Poborsky e Nedved surpreenderia a Europa, dois anos mais tarde, ao chegar a final da Eurocopa de 1996, eliminando adversários como Itália (fase de grupos), Portugal e França, perdendo a final para a fortíssima Alemanha liderada por Sammer e Klinsmann.

A surpreendente campanha da seleção Tcheca, atraiu a atenção da Lázio e o PSV para o futebol de Pavel Nedved, que acabou por escolher a forte liga italiana como seu destino, embarcando para atuar no time de Roma.

Rapidamente Nedved, então camisa 18, tornou-se peça chave no time da Lázio e começou a se firmar como grande jogador. Atuando junto a estrelas como Verón, Nesta e Inzaghi ergueu a Lázio como um grande time e trouxe conquistas importantes para o clube romano, até então acostumado a viver as sombras da rival Roma.


Durante sua passagem de cinco anos pelo clube romano, realizou 204 jogos e marcou 50 gols, conquistando titulos importantes como o Campeonato Italiano de 1999/00, duas Supercopa da Italia em 1998 e 2000, duas Copas da Itália em 1997/98 e 1999/00 e uma Supercopa Européia em 1999.

Apesar de não ter classificado a Republica Tcheca para a Copa do Mundo de 1998 e a mesma ter sido uma tremenda decepção na Eurocopa de 2000, não passando da fase de grupos, Pavel Nedved tinha seu nome especulado pelos grandes times europeus, pelo grande trabalho realizado no time da Lázio, que entrara em crise financeira e foi obrigada a vender o craque tcheco por 41 milhões de euros, para a Juventus de Turim, em janeiro de 2001, para substituir Zinedine Zidane, no meio campo da "Vecchia Signora".

No time de Turim, conquistou logo em sua primeira temporada o titulo italiano de 2001/2002 e junto há um grande time que tinha Alessandro Del Piero, Trezeguet e Marcelo Salas, conquistou o bi-campeonato italiano em 2002/03, sendo ainda finalista da Champions League, sendo a Juventus derrotada por 3 a 2 pelo Milan, jogo este que o craque tcheco não participou por estar suspenso por conta de um cartão amarelo no jogo da semifinal contra o Real Madrid. Ainda no ano de 2003, Pavel Nedved ganhou o premio Bola de Ouro da Revista France Football, e foi eleito como jogador do ano da Série A.

Na Seleção da República Tcheca, Nedved era visto como o simbolo do time, porém não conseguira classificar sua seleção para a Copa do Mundo de 2002. Depois de um grande desempenho da seleção Tcheca na fase qualificatória da Eurocopa, Nedved liderou em 2004 sua seleção até as semifinais, quando seu país foi derrotado pela surpreendente seleção Grega, campeã naquele ano. Mesmo com mais um insucesso pela seleção tcheca, Pavel Nedved saiu como um dos melhores jogadores do torneio em sua posição, levando a esperança de finalmente levar sua seleção a participar de uma edição de Copa do Mundo.


Em 2006, finalmente realizou o sonho de seu país e ajudou na classificação da seleção de seu país para a Copa do Mundo da Alemanha, após um bom inicio com vitória, a Republica Tcheca comandada por Nedved perdeu dois jogos na fase de grupos e acabou eliminada.



Já pela Juventus, com os escandalos de arbitragem que levaram ao rebaixamento do time de Turim e a retirada dos titulos de 2004/05 e 2005/06  da Juventus, o time sofreu um desmanche, perdendo jogadores como Patrick Vieira, Canavarro e Ibrahimovic o que gerou duvidas quanto ao futuro de Nedved na Juventus, porém o Tcheco assegurou que continuaria na "Vecchia Signoria", cravando seu espaço como idolo da Juventus e conquistando a Série B italiana, ao lado de Del Piero, Buffon e Trezeguet em 2006/07.

Já na volta a Série A, na temporada 2007/08, a Juventus alcançou apenas um terceiro lugar no campeonato italiano, o que cogitou o tcheco a cogitar a aposentadoria, sendo porém convencido a permanecer na equipe de Turim por mais uma temporada, onde o meia tcheco sofreu com algumas lesões e decidiu pela aposentadoria em fevereiro de 2009, terminando sua carreira com 36 anos de idade na Juventus, após quase dez anos atuando pelo clube, onde fez 282 partidas e marcou 65 gols.

Hoje o ex-jogador trabalha como diretor e membro do conselho da Juventus de Turim.